Brasil viverá o "sonho americano", diz Trabuco
Francine De Lorenzo | Valor
02/09/2010 14:43
SÃO PAULO - O Brasil passará nos próximos anos pelo melhor ciclo econômico de sua história, prevê o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. "Vamos vivenciar, na segunda década do século XXI, aquilo que foi chamado de "sonho americano"", disse o executivo nesta quinta-feira ao palestrar em evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).
Segundo Trabuco, ao transformar pobres em consumidores, o Brasil está criando as condições para alcançar tal cenário. "Basta lembrar que 11 milhões de brasileiros vão viajar pela primeira vez de avião nos próximos 12 meses", exemplificou.
O presidente do Bradesco, entretanto, lembrou que ao mesmo tempo em que o país presencia uma melhora nas condições de vida da população, enfrenta o desafio de resolver os gargalos que restringem sua expansão.
"Essas pessoas vão chegar aos aeroportos e encontrar filas. Esse é o descompasso que vemos hoje no Brasil, um país que cresce, mas ainda não promove o aumento da felicidade pessoal."
Pelos cálculos de Trabuco, quando o Brasil contabilizar 247 milhões de brasileiros, 60% da população será economicamente ativa. O bônus demográfico, em sua avaliação, é uma das grandes vantagens do país. "Se em dez anos não abrirmos 100 milhões de novas contas bancárias é porque alguma coisa deu errado", ressaltou.
A crise econômica, comentou o executivo, fez o mundo ver o Brasil com novos olhos. Dessa vez, avaliou Trabuco, o país terá a oportunidade de crescer com sustentabilidade. "O que sentimos, tendo por base nosso relacionamento com 1,4 milhão de empresas, é que o Brasil está crescendo em todos os setores. Não há uma dependência setorial."
No setor imobiliário, Trabuco descarta a existência de "bolha". "Com um crédito imobiliário de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), há muita distância até uma bolha", avaliou.
Seguros
Ao lembrar que o Brasil é a oitava economia do mundo, Trabuco chamou a atenção para o fato de que o país é o 18º na indústria de seguros. "Há um descompasso. O consumo médio per capta no Brasil de seguros não ultrapassa US$ 300 ao ano, enquanto nas maiores economias chega a quase US$ 2.000 anuais", afirmou.
O potencial de expansão do setor, segundo o presidente do Bradesco, é potencializado pelo modelo adotado no país, que mescla os serviços públicos com os privados. "Não dá para esperar que o Estado atenda a 100% das necessidades da população", comentou.
(Francine De Lorenzo | Valor)
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
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