Fue Todo Tramado (Ruy Penalva)
Fue tramado, madre,
Mismo que supiera,
Y si no supiera, madre,
Poco me dijera.
Aunque temiera, madre,
Digo que quisiera,
Aunque gimiera, madre,
Me satisficiera.
Y si me espantara, madre
En lo que yo hiciera,
A todo soportara, madre,
Mismo que doliera.
Eso se pasó, madre,
Bailando la Habanera.
En la isla de Cuba, madre,
Cantando Guantanamera.
Canta Guantanamera.
Baila la Habanera.
Canta Guantanamera.
Baila la Habanera.
domingo, 30 de maio de 2010
Nada
Nada (Ruy Penalva)
Fragrante fragrância,
Ignominiosa ignorância.
Deturpada a mente.
Violada a mente.
Não queira saber como sofre o besouro
Quando encontra uma lâmpada incandescente.
Nem como fica o neurótico
Ordenhado sua dor seminalmente.
Ou o pobre mendigo
Cuja sarna locou seu corpo tão completamente.
Se eu me desfizesse,
Se me desmilinguisse,
Se me subtraísse
Onde eu não somasse,
Eu chegaria ao ponto
Do não existisse
Nem o próprio ponto
Que eu procurasse.
Chegaria ao nada
Onde o nada existe,
Pois o nada existe
Onde existe o nada.
E de dentro-e-fora
Por onde circundasse
Não restasse o nada,
Nem a mim restasse.
Fragrante fragrância,
Ignominiosa ignorância.
Deturpada a mente.
Violada a mente.
Não queira saber como sofre o besouro
Quando encontra uma lâmpada incandescente.
Nem como fica o neurótico
Ordenhado sua dor seminalmente.
Ou o pobre mendigo
Cuja sarna locou seu corpo tão completamente.
Se eu me desfizesse,
Se me desmilinguisse,
Se me subtraísse
Onde eu não somasse,
Eu chegaria ao ponto
Do não existisse
Nem o próprio ponto
Que eu procurasse.
Chegaria ao nada
Onde o nada existe,
Pois o nada existe
Onde existe o nada.
E de dentro-e-fora
Por onde circundasse
Não restasse o nada,
Nem a mim restasse.
Primeiro (Ruy Penalva)
Primeiro (Ruy Penalva)
Primeiro na arte do desdizer,
Primeiro na arte do rejeitar,
Primeiro na arte do desconhecer,
Primeiro na arte do recusar.
Sempre fui o primeiro na arte do padecer,
Primeiro na arte do me afobar,
Quero ser o primeiro na arte do bem viver,
Ser o primeiro na arte do saber amar.
As flores do campo até se abriram
Naquele domingo quando você me visitou,
As flores do campo até sorriram
De alegria quando você as olhou.
Os céus me mandaram um aviso
Dizendo eu precisava sair de mim,
Dizendo que eu corria perigo,
Que eu não ia resistir.
Sempre fui primeiro na arte do me iludir,
O primeiro na arte do recuar,
Fui o primeiro na arte do esquecer,
O primeiro na arte do me negar.
Mas agora eu vou mudar porque
Quero ser o último na arte do sofrer,
Ser o último na arte do malquerer,
O último na arte do me separar.
Primeiro na arte do desdizer,
Primeiro na arte do rejeitar,
Primeiro na arte do desconhecer,
Primeiro na arte do recusar.
Sempre fui o primeiro na arte do padecer,
Primeiro na arte do me afobar,
Quero ser o primeiro na arte do bem viver,
Ser o primeiro na arte do saber amar.
As flores do campo até se abriram
Naquele domingo quando você me visitou,
As flores do campo até sorriram
De alegria quando você as olhou.
Os céus me mandaram um aviso
Dizendo eu precisava sair de mim,
Dizendo que eu corria perigo,
Que eu não ia resistir.
Sempre fui primeiro na arte do me iludir,
O primeiro na arte do recuar,
Fui o primeiro na arte do esquecer,
O primeiro na arte do me negar.
Mas agora eu vou mudar porque
Quero ser o último na arte do sofrer,
Ser o último na arte do malquerer,
O último na arte do me separar.
Sabe aquele dia?
Sabe Aquele Dia? (Ruy Penalva)
Sabe aquele dia que nada dá certo,
Que você acorda mal humorado,
Que o telefone toca às cinco da manhã para dizer que foi engano,
Que você chega ao trabalho e está tudo errado,
Que o aparelho pifou mais uma vez,
Que a TED caiu em conta trocada,
Que falta mercadoria, pois o caminhão quebrou na estrada?
Sabe aquele dia que sua ponte fixa solta,
Seu dentista está viajando,
Suas hemorróidas atacam,
Alguém diz que você tá com meleca no nariz?
Sabe aquele dia que você se olha no espelho e não acha ângulo,
Que você urina e parece que falta um pingo,
Que sua cueca tá suja de merda?
Sabe aquele dia que aquela maldita coceira pontual insiste em lhe tirar o sono,
Que seu time perde,
Que sua mulher diz que você tá calado
E que você tá calado mesmo?
Sabe aquele dia que você estaciona o carro e um fila da puta acha de fazer uma mossa,
Que você se pergunta pra que casei,
Pra que tive filho,
Pra que nasci?
Há dias assim.
Sabe aquele dia que nada dá certo,
Que você acorda mal humorado,
Que o telefone toca às cinco da manhã para dizer que foi engano,
Que você chega ao trabalho e está tudo errado,
Que o aparelho pifou mais uma vez,
Que a TED caiu em conta trocada,
Que falta mercadoria, pois o caminhão quebrou na estrada?
Sabe aquele dia que sua ponte fixa solta,
Seu dentista está viajando,
Suas hemorróidas atacam,
Alguém diz que você tá com meleca no nariz?
Sabe aquele dia que você se olha no espelho e não acha ângulo,
Que você urina e parece que falta um pingo,
Que sua cueca tá suja de merda?
Sabe aquele dia que aquela maldita coceira pontual insiste em lhe tirar o sono,
Que seu time perde,
Que sua mulher diz que você tá calado
E que você tá calado mesmo?
Sabe aquele dia que você estaciona o carro e um fila da puta acha de fazer uma mossa,
Que você se pergunta pra que casei,
Pra que tive filho,
Pra que nasci?
Há dias assim.
A Trinca
A Trinca (Ruy Penalva)
Mas acho tão, tão engraçado
Como Coló caminha
Num colóquio bem transado
Pelve-femoral
De maneira especial
Também faz Aninha
Que seus quinze inda não tinha
Quando levou pau
No vestibular da UFBA
Pra vida marinha
Ia estudar enguia
E reino coral
Remexido assim tão nobre
Deus deu a Detinha
Que é filha da Odete
E do Juvenal
Todas três têm um balanço
Que não sai da linha
Oscilando em torno um eixo
Gravitacional
Mas acho tão, tão engraçado
Como Coló caminha
Num colóquio bem transado
Pelve-femoral
De maneira especial
Também faz Aninha
Que seus quinze inda não tinha
Quando levou pau
No vestibular da UFBA
Pra vida marinha
Ia estudar enguia
E reino coral
Remexido assim tão nobre
Deus deu a Detinha
Que é filha da Odete
E do Juvenal
Todas três têm um balanço
Que não sai da linha
Oscilando em torno um eixo
Gravitacional
Certamente Você (Ruy Penalva)
Certamente Você (Ruy Penalva)
Qualquer coisa que me leve ao Paraíso
Um gesto seu, um sorriso
A sua forma de ser
Você é um passarinho
Voando alto no céu
No salso azul desse mar
Nunca pense que sou louco
Mas na verdade sou pouco
Sou louco só por você
Please, não pense que sou tolo
Mas na verdade sou tolo
Um tolo só pra você
Você tem um jeito manso
Que faz as flores se abrir
Que faz o dia nascer
Além de ser especial
Estar com você
É sonhar no Taj Mahal
Pra lá do bem e do mal
É meditar no Nepal
De Amaltéia o mingau
Ficar no Zen e no Tao
Sentir-me um paranormal
De bem com a vida, que tal?
Mas se ela gostar eu vou dizer
Que eu gosto tanto, tanto dela
Gosto dela de viver
Qualquer coisa...
Qualquer coisa que me leve ao Paraíso
Um gesto seu, um sorriso
A sua forma de ser
Você é um passarinho
Voando alto no céu
No salso azul desse mar
Nunca pense que sou louco
Mas na verdade sou pouco
Sou louco só por você
Please, não pense que sou tolo
Mas na verdade sou tolo
Um tolo só pra você
Você tem um jeito manso
Que faz as flores se abrir
Que faz o dia nascer
Além de ser especial
Estar com você
É sonhar no Taj Mahal
Pra lá do bem e do mal
É meditar no Nepal
De Amaltéia o mingau
Ficar no Zen e no Tao
Sentir-me um paranormal
De bem com a vida, que tal?
Mas se ela gostar eu vou dizer
Que eu gosto tanto, tanto dela
Gosto dela de viver
Qualquer coisa...
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