Os Grandes Nós da Economia Brasileira
Todos sabemos da evolução da
economia brasileira, principalmente nos últimos 8 anos, no entanto os grandes nós
da economia e da sociedade brasileira como um todo continuam não resolvidos.
Quais são esses nós?
Nó Educacional - Continuamos uma sociedade de baixa escolaridade
tanto em qualidade como em quantidade. Padecemos de um ensino básico ruim,
mormente o público, e de um ensino universitário que não privilegia a pesquisa
básica e se limita a formar profissionais, mal formados por sinal, para o mercado.
Cultivamos pouco o ensino das ciências exatas e não temos centros de excelência
para onde possamos drenar gênios precoces em matemática e física. Solução: Não
existe uma solução a curto prazo para o problema, mas uma solução de longo
prazo é reformar totalmente o ensino privilegiando as ciências exatas. No curto
prazo poderíamos importar cérebros do leste europeu, Índia e Rússia etc..
Nó Industrial - Temos uma indústria fraca, não competitiva, incapaz
de concorrer no mercado internacional e de sequer prover o mercado interno.
Isso é consequência, entre outras coisas, do nó educacional e de outros nós. Solução:
Criar centros de excelência tecnológica importando cérebros de fora e mixando
com a mão de obra local. Desonerar e incentivar a pesquisa básica e aplicada.
Dominar ciclos completos de produção de produtos. Embora nunca vamos ser
competitivos em eletrônica é importante que dominemos a tecnologia de
fabricação de microprocessadores, componentes eletrônicos, chips controladores
etc..
Nó Bélico - Nenhum país que queira ser grande e protagonista pode
ter uma indústria bélica e uma forças armadas tão fraca quanto o Brasil.
Precisamos implantar um pólo industrial bélico, acoplado ao pólo eletrônico, e
desenvolver tecnologias sensíveis na área de radar, sensoriamento remoto, guerra
eletrônica, criptografia, propulsão a jato, propulsão nuclear, geo-posicionamento,
próprio ou latino americano, etc..
Nó Fiscal - O custo Brasil é muito alto, seja do ponto de vista
trabalhista ou fiscal, o que torna o Brasil desestimulante para investimentos
produtivos industriais. Com uma taxa de juros básica altíssima, que consome
quase todo o superávit do governo, pouco sobra para investimentos. Solução:
Baixar a taxa de juros básica de longo prazo e com isso baixar a carga fiscal
altíssima para um país em desenvolvimento. Isso só pode ser feito com
privatização, eficiência, desburocratização etc..
Nó Burocrático - O Brasil é um dos países mais burocráticos do
mundo, que mais usa papeis, cartórios, registros, normas, procedimentos.
Precisamos urgentemente desburocratizar, diminuir drasticamente o número de
normas, procedimentos, acabar com cartórios, simplificar enfim. Sem isso
continuaremos levando 6 meses para abrir uma empresa e uma vida para fechá-la.
Ora, um país em que se declara o imposto
de renda pela internet, que vota pela internet,
precisa mesmo de um burocrata para reconhecer a firma de cada um!
Nó Trabalhista - Nossa legislação trabalhista é da época de Mussolini.
Horrível. Custosa. Só serve para dar dinheiro a advogados e sustentar juízes
bufões. O que fazer? Acabar com a justiça trabalhista de uma canetada só.
Nó da Justiça - Temos uma justiça cara, recursiva, incompetente,
corrupta, que não serve aos interesses do país, na Bahia nem justiça temos. Ou
se faz uma reforma profunda no judiciário, se diminui o número de instâncias,
se acaba com o ministério público, que não serve para nada, se reserva o STF
para questões apenas constitucionais ou estaremos para sempre perdidos e não
alcançaremos os países realmente desenvolvidos. Precisamos aceitar provas
obtidas sem o consentimento do judiciário com provas válidas para processar e
prender corruptos.
Nó Previdenciário - O nó
previdenciário, embora nossa população esteja envelhecendo, é o mais fácil de
resolver, pois o seu principal buraco é o do setor público.
Nó Político - No front político precisamos acabar com o voto
obrigatório, acabar com remuneração para vereadores, diminuir número de
parlamentares e assessores, fiscalizar mais os prefeitos, fonte eterna de
corrupção e desvio de dinheiro público.
Nó Tributário - No Brasil a carga tributária total, incluindo
governo central, estados e municípios chega a 35% do PIB, o que é muito alto
para um país em desenvolvimento. Como a maior parte da carga se dá via impostos
indiretos, incidentes no consumo, mesmo a economia informal não escapa desse
abocanhamento. O corte da carga tributária passa pela redução do peso da dívida
do setor público, pela eficiência na alocação dos recursos públicos, pelo combate
a corrupção. Mesmo a sonegação não é tão importante num sistema onde os impostos
indiretos tem papel tão relevante,
embora tenha alguma importância, que não é somente apenas ética.
Imposto diretos X Impostos indiretos - Embora se diga que Brasil
cobre pouco imposto de renda e muito imposto indireto, essa discussão é caduca,
posto que os impostos indiretos são mais justos, mais abrangentes, menos
sonegáveis do que impostos diretos, que desestimulam o crescimento individual.
O Brasil está certo no imposto, embora não na alíquota.
Custo da Energia e Água - Realmente o Brasil tem um custo altíssimo
de energia e água quando comparado com
países que têm matrizes energéticas mais sujas do que a nossa. Parte da causa
disso está nos impostos - ICMS principalmente - que cresce da geração,
transmissão e distribuição.
Produtividade - A produtividade do trabalhador, ajudada por uma
política trabalhista caduca, é baixa no Brasil. Enquanto os Mcdonalds dos USA
quase que não têm funcionários, aqui no Brasil é lotado de trabalhador. O
trabalhador brasileiro produz pouco no trabalho; para duas horas para almoçar;
tem 30 dias de férias por ano (um escândalo, embora o judiciário tenha 3 meses),
recebe 13º salário e até incentivo de 1/3 para parar nas férias!!!
Infra estrutura - Embora seja ainda um gargalo o governo resolveu
agir concretamente. Contudo, com a extensão que temos, termos como principal
via de escoamento o transporte rodoviário não faz sentido. Muito precisa ser
feito ainda na área de saneamento.
Sindicalismo atrasado - O sindicalismo brasileiro se aliou ao
atraso. Seja ele da CUT, Força Sindical e outros menores, estão do lado do
atraso, do paternalismo, do getulismo, o mesmo vale para os partidos políticos.
Bom, esses de longe são os
únicos nós que temos, mas que fossem concertados já seria uma ajuda enorme.
Ruy Penalva (07/05/2011)
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