Eu Quero A Menina

Eu Quero A Menina (Ruy Penalva) Só não viu foi quem não quis O perdão tergiversar Quando aquele monstro feiticeiro Tomou conta do lugar Chegou, pediu, minto, exigiu A mais linda virgem pra levar A mais atraente A mais comovente A mais sempre a mais dentre as mais Pegou a menina Levou a menina Roubou a menina, sumiu Ninguém soube dela Ninguém mais revela Ninguém disse ao menos um piu! Já depois muito depois Bem no céu apareceu Um grande cometa Talvez um planeta Eu sei uma estrela nasceu Eu quero a menina Me tragam a menina Eu quero a menina porque No fim novela Só eu gosto dela Só eu vou poder desfazer Tamanho encanto Dum forte quebrando Que um dia pôs tudo a perder Um grande momento Meu contentamento De um dia casar com você

Pesquisar este blog

Páginas

sábado, 29 de maio de 2010

Quando Se Perde O Desejo

Quando Se Perde O Desejo

Quando se perde o desejo
Todas as tardes são calorentas.
Mormaço inoxidável,
Calor insuportável,
Céu sem pássaros,
Lago sem libélulas.

Quando se perde o desejo
Todos os sentidos são sem sentido
E a atenção hipocondríaca volta-se para o corpo.
Pesado corpo que se arrasta, mas não vê a alma,
Posto que a alma é o desejo e a velhice apenas peso no corpo.

Ó Pai, por que me abandonaste, desejo...
Por que fugiste e me deixaste a olhar este tedioso gramado de pragas?
A vigiar os defeitos do mundo,
Este tempo que não se define,
Este vento que não sopra,
Este nimbo que me estufa?

Aqui não cheguei para ser síndico do que não presta,
Do que me não satisfaz,
Completamente sem gás.
Não quero morrer a prestações abandonado pelo prazer,
Afugentado pelo sofrer,
Olhando no espelho sem me ver.

Devolve minha alegria e quem sabe um dia
Eu volto de novo a te crer!
Devolve minha esperança
E no passo da mesma dança
Devolve também meu prazer.

Ruy Penalva (LF, 14/10/2004)

Nenhum comentário:

Postar um comentário