Com que direito fico parado?
Sou um simplesmente José
cuja festa nem começou.
Sou sofisticado João
onde alegria não parou.
Hoje agonizo nesse mundo,
nessa cidade de concreto.
Eu sou um monstro de fermento,
sou a rua, sou as fezes, sou um feto.
Como esquecer quem eu fui?
Como me erguer dos destroços?
Amigos não esquecerei,
acariciarei os nossos?
Quero uma vaga pra lutar
e poder ver tudo mudando,
quero as armas nas mãos do povo,
quero ver você José: atirando.
Salvador, 1973.
Ruy Penalva.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
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