Maluco? Eu? (Ruy Penalva, 2003)
Em um ponto atingirei
O caminho da perfeição,
Momento que vai me levar
A total destruição.
Nem os sábios saberão,
Muito menos, cientistas,
Que a perfeição é uma meta,
Uma meta irrealista.
E tudo que eu faço
Na relação do meu espaço,
É um nada comparado
A o tudo que desfaço.
Sou quadrado imperfeito
Procurando a solução,
Que me tire da raiz,
Que me prende à equação.
Sou inteiro e sou fração,
Analógico e digital,
Sou um bit de parada,
Um binário acidental.
E viajo pelos cabos
Como luz sem direção,
Esperando num decoder
A final transformação.
Sou escravo dos meus genes,
Que me ditam a emoção,
Que produzem meus impulsos,
E me impelem à compulsão.
Tenho pé grande, moro longe,
Sou feio e não sou global,
Vivo da cata do lixo,
Neste luxo virtual.
sábado, 5 de junho de 2010
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