E Ainda Somos Medievais (Ruy Penalva/2004)
Se eu estiver parado,
Calado,
Estatalado,
Não se preocupe,
Só estou tentando quebrar o silêncio
Com um silêncio ainda maior.
Estou tentando desatar o nó
Cuja ponta é o início de um outro nó,
O nó da existência,
O verdadeiro nó.
Que a morte mata, mas não desata,
Que a vida cria, mas não desfia.
Estou tentando saber como se passa
Pela vida deixando o corpo aqui,
O espírito flanando vendo a matéria desmilinguir...
Sinto-me desconfortável com horários,
Teias, cadeias, obrigações,
Fico indignado com os vendedores de fé,
Pastores, padres, missionários
Comandando uma legião de otários.
Que vivem a rezar em vez de meditar,
De se autoconhecer.
Conhecem a bíblia,
Um livro apócrifo e caduco,
Leitura obrigatória de malucos,
Pois é:
Estamos no século 21 e ainda somos medievais.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
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