Eu Quero A Menina

Eu Quero A Menina (Ruy Penalva) Só não viu foi quem não quis O perdão tergiversar Quando aquele monstro feiticeiro Tomou conta do lugar Chegou, pediu, minto, exigiu A mais linda virgem pra levar A mais atraente A mais comovente A mais sempre a mais dentre as mais Pegou a menina Levou a menina Roubou a menina, sumiu Ninguém soube dela Ninguém mais revela Ninguém disse ao menos um piu! Já depois muito depois Bem no céu apareceu Um grande cometa Talvez um planeta Eu sei uma estrela nasceu Eu quero a menina Me tragam a menina Eu quero a menina porque No fim novela Só eu gosto dela Só eu vou poder desfazer Tamanho encanto Dum forte quebrando Que um dia pôs tudo a perder Um grande momento Meu contentamento De um dia casar com você

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quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Destino

O Destino

O destino pregou-me uma peça:
deu-me uma mãe e ma levou,
deu-me uma infância e cresci,
e, afinal, o que me sobrou?

Deu-me comida, já sem apetite,
mulheres, quando estava casado,
livros, quando só queria escrevê-los,
abundância, quando já estava enfadado.

Tirou-me Deus e deu-me Marx,
depois o trocou pela indiferença,
destruiu todos os meus ídolos,
e, sem eles, restou-me a descrença.

Tirou-me a magia do encontro,
a fantasia da elaboração,
o mágico da epifania,
a alegria da revelação.

Tirou-me o saco de ver amigos,
o gosto por um papo gostoso,
fez-me só e meus conflitos,
improdutivo, pouco proveitoso.

Mas o destino é sábio e de viés:
Quando fiquei mais intestino,
menos menino, mais ao revés,
deixei de crer-lhe ó Destino.

Ruy Penalva. Ssa. 14/03/2003.

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