Baco (Ruy Penalva/2004)
Ela amava um Deus, mas não podia vê-lo totalmente,
Só podia senti-lo como manifestação.
Era uma forma de ver completamente diferente,
Um ver que a gente vê quando a gente vê apenas o que a gente sente.
Mas a gente vê, porque a gente sente que a gente vê quando a gente sente,
E isso não é nenhuma alucinação.
Lá um dia ela foi por este Deus engravidada,
Também a engravidou a vontade de vê-Lo como se Ele fora um mortal.
E mortalmente Ele apareceu-lhe como o trovão, o raio, o relâmpago,
De forma que a tudo queimou e com isso ela veio a perecer.
Não fora Sua culpa o fato dela ter morrido,
Toda culpa fora do desejo imprudente da vontade dela o querer ver.
Sua culpa foi o fato de tê-la apenas possuído
Quando não deveria fazê-lo pois ela era apenas matéria mortal.
Mas para reparar-lhe o dano Ele lhe salvou o Filho
E o criou em Nisa, entre pastores, de onde Ele saiu como um Deus!
Salve o grande Dioniso,
Deus do vinho e da vinha,
Não sei quando me ultrapasso,
Não sei quando estou na linha.
Salve o grande Dioniso,
O Rei do Balacobaco,
Quando Apolo me domina
Eu não tardo em chamar Baco.
Salve o grande Dioniso
Do mistério eleusino,
O teu vinho deu Jesus,
O teu mito o Deus Menino.
Salve o grande Dioniso,
Deus duas vezes nascido,
Quando o falo fala forte
Seu poder é entendido.
terça-feira, 27 de julho de 2010
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